"Penso onde não sou, logo sou onde não penso."

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Férias.


        Última semana de aulas, à beira de um ataque de nervos você jura que a solução dos seus problemas é a chegada das férias e a plenitude de estar no ócio. Pois bem, você conclui seus trabalhos, apresenta os seminários, se dá bem nas provas e finalmente entra em férias! Ah, maravilha, perfeição! Acordar tarde, ter tempo disponível pra tudo inclusive tempo pra fazer nada. Oh God! Isso é tudo que eu pedi. Passa a primeira semana, passa a segunda e... beirando a terceira semana o tédio já te consumiu. Há um inerente desejo de voltar a possuir a sua vida de verdade, a encontrar os amigos nem que sejam de passagem pelo corredor da univerdade, na correria entre uma disciplina e outra. Dá até vontade de ter o que fazer e se sentir últil. Eu sei que inúmeros seres humanos discordariam do que escrevo, mas é assim que me sinto. Sempre funciona dessa forma até que finalmente inicia as aulas novamente e eu percebo que eu nunca precisara tanto de férias como nesse momento. É cíclico! E como o hino de Rolling Stones: I can't get no satisfaction!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Porque somos como somos?

"O homem, distintamente de outras espécies, procura respostas a perguntas tais como a do título e faz indagações sobre suas origens e características. Boa parte do conhecimento produzido na área das ciências humanas e sociais diz respeito a indagações como essa, sobre o comportamento e a natureza humanos. Uma das disciplinas que fornece algumas das respostas mais inspiradoras é a psicologia evolucionista. Esta é uma disciplina recente, multidisciplinar, que nasceu de uma síntese entre a psicologia cognitiva e a teoria da evolução, e que utiliza conhecimentos de várias outras áreas, como a neurociência e a antropologia. A abordagem evolutiva parte do pressuposto que o homem, assim como todos os outros seres vivos, é o produto de um processo evolutivo. Isso significa que nossa natureza é determinada, além de nossa cultura, pela nossa biologia. Nossas características, não apenas anatômicas, mas também neurocognitivas e de comportamento, foram selecionadas em respostas a pressões evolutivas durante o processo de nossa evolução."

Esse trecho é desse artigo:  Porque somos como somos? A psicologia evolucionista e a natureza humana*, que responde muitas questões acerca do assunto de uma forma mais ampla e conceitual. Me surpreendi ao colocar no google "porque somos como somos" e encontrar um artigo científico falando a respeito da minha busca. É, e beirando os meus 25 anos tem me surgido uma imensa angústia quando penso nessa caminhada, do que somos feitos e como nos constituímos e minhas aulas de sociologia e filosofia contribuíram significativamente para que eu levantasse essa questão. De antemão, eu não pretendo encontrar a reposta certa que justifique o porque de sermos como somos, aliás, longe de mim, até pq falta muito conteúdo no constructo de tal argumento. A proposta desse post é apenas de pensar sobre! Bem, levando em consideração a nossa subjetividade e a importância da Psicologia que se propôs a estudar isso, conseguimos elaborar hoje uma significativa interpretação sobre a, até então, obscura questão, porque trabalhar com o subjetivo é sem dúvidas considerar o tempo que isso acarreta e a dificuldade em 'tocar o intocável', portanto, não é algo simples. Por mais que se saiba a respeito das maneiras  de manifestação no corpo, no comportamento, nos sonhos e etc... somos muito complexos e não restam dúvidas dessa premissa. Facilmente nos deparamos com situações semelhantes em pessoas diferentes e assim mesmo, é comum encontrarmos reações parecidas de ambas frente a esta mesma situação -óbvio não desconsiderando que isso não se 'aplica' a todos - até porque estamos tratando de subjetividade. Pois é, estudando um pouco sobre a área comportamental da psicologia nos damos conta de que somos previsíveis em algumas situações e aí me remete a pensar que os nossos comportamentos diversos já foram medidos e estudados e que estamos dentro de um parâmetro de reações. Ou seja, por mais diferentes que sejamos, ainda assim somos previsíveis. Desde aquele que desmaia frente a uma situação aversiva como aquele que reage com gargalhadas. Sempre há um parâmetro, sempre há uma explicação. É difícil e ao mesmo tempo aliviante pensar que 'tudo é explicável'. Quando não encontramos uma resposta de 'normalidade' a algo que sentimos ou pensamos, logo bate uma preocupação: "ai meu Deus, isso é normal?". Mas voltando a questão científica, sempre há uma suposição do que levaria a sermos e a reagirmos de determinada maneira. Remotamente algo é inédito ou inexplicável. A ciência* parece estar sempre com uma explicação pronta sobre nossos comportamentos. Então somos uma sociedade previsível mesmo???


* isso não é, fundamentalmente, uma crítica à ciência.