Começaram minhas provas e trabalhos aí pouco tenho parado pra escrever coisas minhas por aqui, mas continuo escrevendo. Há uns 2 meses comprei um caderninho pra fazer algumas anotações afim de me nortear nas minhas sessões de terapia, pois, às vezes, ou melhor, quase sempre a demanda é tão grande que eu sempre saio da análise consciente de que esqueci de falar muita coisa importante, por isso o caderninho me acompanha por aí. Acabo sempre anotando palavras-chave (?) sobre o que acaba acontecendo comigo ou insights que eu tenho durante a semana e tem me ajudado muito, pois a minha memória de curto prazo não anda bem não! rs Pois é. Então foi depois disso eu me dei conta que voltei a escrever de vez, que novamente virou uma necessidade só que - ultimamente - de maneira mais convencional de escrita: lápis e papel. Fiz umas reflexões sobre isso... pois me senti mais íntima com meu caderninho do que aqui no blog, flui mais os sentimentos de tal forma que às vezes a escrita não acompanha a velocidade do meu pensamento. Percebi o 'distanciamento' que uma escrita minha tem no blog em relação a minha escrita no caderninho. Acho que junto com a tecnologia perdemos o hábito de coisas simples e gostosas de se fazer, e isso é uma pena. Aqui no blog eu me permito escrever de uma forma mais clara porque, teoricamente, outras pessoas irão ler, portanto, é bacana que se quem leia possa entender! No entanto, é notório que há uma influência direta no conteúdo, há uma certa censura de até onde fica o limite de tornar público coisas minhas, por mais que ninguém venha a ler o registro irá permanecer... percebo também que aqui tudo é mais bonitinho, formatado, justificado, ilustrado. Óbvio, aqui a estética conta muito, a organização de idéias, o sentido do texto... Talvez se você tenha lido até aqui, tudo tenha soado como crítica. Talvez até seja, mas não estou abandonando o blog não. Achei apenas relevante o discernimento e a reflexão disso, porque vai ficar mais fácil ter essas duas válvulas de escape pra canalizar tanta coisa. Em contrapartida, fica o meu simples caderninho, de capa dura e arame rosinha onde tudo está totalmente proporcional as minhas emoções, sem limites com toda intensidade do momento, onde permite rastros de cheiro, de toque, de rabiscos, de borrões, de pingos de lágrimas, etc. Acho que ao longo dos anos nos disvinculamos de coisas tão simples e tão mais reais, pelo menos na minha opinião, por isso a sensação de superficialidade que sinto muitas vezes na internet. Mas vejo que escrever aqui tem uma importante função, a de me sentir 'ouvida', a de ter voz e de, ao mesmo tempo, ter essa 'escuta' de mim mesma, de ler e reler o que registrei aqui porque sei que - possivelmente - alguém lerá. É uma questão de equilíbrio, de não se deixar perder, de não se perder.
Boa semana, beijos ♥
♪ Champagne Supernova - Oasis.