"Penso onde não sou, logo sou onde não penso."

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Sincronicidade: Coincidência ou fenômeno?



Acredito que muitas pessoas já tenham ouvido esse termo 'sincronicidade', porém aos que não ouviram, certamente já tiveram momentos em que ficaram boquiabertos pensando nas 'coincidências da vida' e indiretamente chegaram a refletir sobre a sincronicidade sob um outro conceito: uma possível causalidade. Quem não passou pela situação de estar pensando em alguem e essa pessoa te ligar no exato momento, ou então de estar ligando para uma determinada pessoa e o telefone dela estar dando ocupado porém quando você finalmente desiste de ligar, incrivelmente seu telefone toca e você vê no detector de chamadas que é a tal pessoa te ligando? Eu passei incalculáveis vezes por isso seja com amigas, com o namorado ou com alguma pessoa que eu desejasse falar. Essa 'coincidência' mobilizou estudos tanto na Física Quântica quanto na Psicologia de Carl Gustav Jung - psiquiatra suiço e fundador da Psicologia Analítica, ou Psicologia Junguiana. Confesso que sei muito pouco sobre o assunto, mas o pouco que eu tenho lido e pesquisado me tocou profundamente a ponto de tudo fazer muito sentido pra mim. Então, vamos dar uma conferida no que diz a teoria da Sincronicidade de Jung. Espero que curtam!

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Ao estudar as coincidências, Jung chegou a conclusão de que elas não são tão casuais como parecem, e deu ao fenômeno o nome de sincronicidade. A principal característica da sincronicidade seria uma significativa relação entre uma vivência interior e um evento exterior: penso numa pessoa e ela telefona. Certa vez, uma paciente de Jung estava contando um sonho em que aparecia um escaravelho, justo naquele momento um escaravelho começou a esvoaçar contra a vidraça. E daí para a frente começou a pesquisar em profundidade o fenômeno da coincidência - ou sincronicidade. Para ele existe a sincronicidade cada vez que um fenômeno acontece dentro de uma pessoa e fora dela ao mesmo tempo e sem nenhuma ligação lógica aparente. Na sincronicidade portanto, o interior e o exterior como que se combinam para formar um acontecimento. Aliás, essa intrigante troca de energias entre o mundo subjetivo e o mundo objetivo é confirmada pela física moderna, melhor dizendo pelas descobertas da física quântica. Hoje, os físicos sabem da interferência do observador na observação do fenômeno com o qual está trabalhando, até então no modelo mais antigo de ciência, acreditava-se em uma observação totalmente objetiva sem nenhuma interferência do observador. Sabe-se hoje que o tomar consciência de algo seria assim , um poderoso ato criativo no qual a realidade objetiva e a subjetiva se combinam para formar um evento. Dentro dessa visão, não seria de todo infundada a crença popular no mau olhado capaz de secar flores e afetar o crescimento das plantas. O fato é que uma intensa energia parece existir entre nosso psiquismo e o mundo à nossa volta. Do ponto de vista fenomenológico, nenhum acontecimento pode ser isolado do contínuo de energia que abrange toda a realidade. Qualquer evento, em qualquer nível, em qualquer lugar, é influenciado e influencia o mais. O tempo inteiro você está vivendo energias ou dinamismo que de a1guma forma se exteriorizam e mobilizam outras. Estamos todos como que dentro do mesmo oceano energético e trocas de energia são intrínsecas à própria vida. A experiência clínica nos mostra, por exemplo, que quem se encontra num processo de autodestruição sempre acha uma maneira de exteriorizar isso. Batendo o carro, por exemplo, criando uma doença. O próprio desequilíbrio energético entre duas pessoas termina se manifestando. À luz da teoria da sincronicidade, fica sempre muito relativo falar em mera coincidência, puro acaso. Correto seria dizer que de alguma maneira produzimos energias tanto para nossas melhores coincidências como para nossas piores ações. E aquilo que chamamos de sorte ou azar está mais ligado ao nosso estado interior do que a um destino caprichoso sem rosto. A concepção Junguiana de sincronicidade é de que, mediante uma silenciosa e misteriosa troca de energias, nosso estado interior está ativamente ligado a objetos e acontecimentos à nossa volta. Mas é preciso entender bem o que Jung considera sincronicidade. Não se trata por exemplo, de relações de causa e efeito entre o mundo subjetivo e o objetivo.

Por Doucy Douek, que é Psicóloga clínica.

2 comentários:

May Aranda disse...

Opaa.. já vou te seguir aqui! É verdade, escrever é uma forma de descarregar o que tá pesando na gente. E sim, o tempo é magnífico!

E sobre sua postagem, já aconteceu bastante isso comigo tb. De eu dizer q vou jantar e a pessoa dizer q tb vai, de nós comermos pizza do mesmo saber.. é engraçado e interessante. Um beijo

May Aranda disse...

Opaa.. já vou te seguir aqui! É verdade, escrever é uma forma de descarregar o que tá pesando na gente. E sim, o tempo é magnífico!

E sobre sua postagem, já aconteceu bastante isso comigo tb. De eu dizer q vou jantar e a pessoa dizer q tb vai, de nós comermos pizza do mesmo saber.. é engraçado e interessante. Um beijo